domingo, 16 de dezembro de 2012

Dia 16/12/2012 - Argentina, Puerto Iguazú (A moto do André vai!)


Eu levantei cedo, e o André também, então tiramos as motos da cobertura e fomos analisar a moto do André, mas antes tivemos que, com cuidado, movermos a moto do Magá que tem alarme.  Não encontramos sinal algum de vazamento, então a moto queimou o óleo, porém não fazia fumaça branca, então não havia problema de anéis, a conclusão é que o combustível devia estar muito batizado com solvente, o que diluiu o óleo que passa para a câmara, pois a minha moto que não costuma baixar óleo, havia baixado também, não como a do André claro, mas havia baixado.  Então a proposta foi irmos para Foz do Iguaçú, assim poderíamos avaliar o quanto as motos estavam baixando de óleo, assim poderíamos decidir o que fazer a partir de lá.


André e Magá
Estávamos tomando café quando o Magá apareceu vestido apenas com a calça e a camisa "segunda-pele" pretas! Foi hilário, parecia um pirilampo gay, uns caras que estavam tomando café por ali, olharam para ele meio desconfiados.

O Magá causando com seu modelito...
Toca amarrar tudo novamente na moto, a rotina repetida por muitos dias a partir dali. Finalmente saímos, não era cedo, paramos no primeiro posto que achamos, abastecemos e o André comprou óleo extra.

Novamente chovia, foi muito cansativo para mim, pois não havia dormido bem, passava calor com a capa de chuva sobre a roupa de cordura, o vento insistia em puxar o capuz da capa e apertar meu pescoço, mas quando parava de chover e tínhamos esperança de tirar as capas, logo víamos mais um aguaceiro caindo lá no horizonte à frente.  Fomos assim, nesta brincadeira da natureza de intercalar sol e chuva. Foi lá por Cascavel, quando finalmente pudemos tirar as capas de chuva, pois o sol estava castigando. Chegamos a Medianeira e fomos direto para a Churrascaria onde havíamos almoçado com o Marcelo em 2010, a ideia era ligar para ele de lá, pois pensávamos que era no máximo 1 hora da tarde, porém ao chegarmos lá, já haviam encerrado o serviço, aí descobrimos que era quase 4 h da tarde...  

Fomos para o centro de Medianeira e paramos em uma padaria grande na avenida central, ficamos por lá um bom tempo, comendo e tentando falar com o Marcelo, porém o celular dele estava desligado ou sem bateria, então infelizmente não pudemos lhe fazer uma rápida visita, eu ainda continuo lhe devendo um almoço, seguimos para Foz.

Paramos em um posto em Foz, onde abastecemos e tomamos muita água, o calor estava terrível, então o Zeca ligou para o seu amigo Baretta e insistiu que teríamos que passar por lá, porém combinamos que não iríamos ficar muito tempo, pois nossa meta era fazermos a fronteira da Argentina e dormirmos em Puerto Iguazú. 

Como a moto do André estava mesmo baixando óleo, porém estava queimando só em alta rotação e fazia fumaça escura, que é problema de mistura rica, ele decidiu seguir viagem, apenas teria que ficar de olho no nível do óleo e ir completando, a viagem estava salva.

Agora estava uma tarde linda, chegamos fácil a casa do Baretta, é um bairro próximo a Av. das Cataratas, uma rua residencial muito
agradável, sem movimento, o Baretta havia acabado de chegar de viagem de moto, com sua Honda CB-1300, mas nos recebeu muito bem, estacionamos as motos no seu quintal, o calor era intenso, ele nos serviu umas cervejas geladas ao frescor do ar-condicionado da
sua sala de visitas.  Conversamos bastante, inclusive a esposa do Baretta nos contou que estava fazendo pós graduação em Asunción! 

Isto me interessou muito, ela disse que fazia o trajeto Ciudad del Este até Asunción de carro toda semana...  Este é justamente o trecho embaçado que todos recomendam não fazer, pois a polícia é corrupta etc, etc. Ela disse nunca ter tido problemas, eu me animei, pois o projeto de cruzar o Paraguay é meu, e sempre me desencorajaram.

Como no caminho de Londrina a Foz havíamos percebido que a moto do Zeca estava com o farol queimado, fomos lá para o quintal para
que ele pudesse trocar a lâmpada, não me lembro o quanto demorou, pois fiquei brincando com a Princesa e depois fui dar um rolê de
moto custom!



Na casa do Baretta em Foz
A Princesa no meu colo

O Baretta ajudando o Zeca a trocar a lâmpada do farol


Enquanto isto eu vou passear de moto "Custom"

Tudo resolvido, hora de partirmos, nos despedimos e saímos, só que ao chegarmos no fim da rua ficou a dúvida, por onde mesmo ?  

Nisto vi o carro da esposa do Baretta vindo em nossa direção, porém era ele ao volante, veio nos dizer que era só virar à direita e seguir reto, pois aquela rua encontrava a avenida das Cataratas e a fronteira era uns 6 km para trás da casa dele. 

Mais fácil impossível, logo já estávamos na Av. das Cataratas e logo já chegamos na rotatória das três fronteiras, nem pararmos para tirarmos uma foto na placa, como era tarde eu nem fiz menção de parar. Viramos à direita e já estávamos na saída do Brasil, passamos e logo estávamos na ponte da amizade (Tancredo Neves). Bem, aí não tem jeito de passar batido, então avisei que tínhamos que tirar as fotos. Foi uma novela, pois queríamos uma fotos com todos juntos, as motos e a placa de divisa, o melhor lugar era a máquina com tripé no asfalto, porém toda hora vinham carros ou caminhões, estávamos vendo a hora de a câmera ser atropelada.  Na lateral da pista havia uma barreira natural, uma grande valeta que não deixava, felizmente, que os cinco cachorros que brincavam alegremente na grama, viessem para a pista, ainda bem, pois eles estavam mesmo se divertindo, nós também.  Cruzamos a ponte e logo entramos no complexo imigratório Argentino, claro que tinha fila, porém desta vez o sol não estava sobre nossas cabeças, estava muito quente, mas já havia sombra, então fomos ali na fila empurrando as motos atrás de vários carros, porém não demorou muito um senhor fez sinal para que mudássemos para a faixa da direita que era para ônibus e nos fez irmos direto ao atendimento, ufa que bom !  Rápido fizemos a imigração e depois a aduana das motos, o senhor da aduana não estava com muita vontade de me entender, mas mesmo assim foi cordial e nos liberou logo.


Divisa em Foz, mais uma vez!



Não preciso dizer que o André está feliz!



O Magá também



Zeca, André e Magá



O Magá nem tirou o capacete


Zeca e a poderosa (foto Zeca)
Ok, estamos na Argentina!  Eu pela segunda vez este ano. Porém esta segunda vez no ano, de moto.  Também pela nossa, minha e do André, terceira vez na Argentina de moto!

Desta vez, já havíamos comprado os pesos Argentinos no Brasil, uma grande besteira como fomos descobrir depois, apenas o Magá precisava sacar com um cartão de débito internacional, assim ele decidiu ir ao freeshop ver se tinha caixa "plus" por lá. O André foi com ele, ficamos eu e o Zeca olhando as motos, eu logo tirei minhas botas, as meias e me sentei em um banquinho à sombra de umas mangueiras,  a tarde já ia embora.   Me deu uma vontade daquelas de urinar, mas como não havia banheiro por perto, fui atrás da guarita onde estava o banquinho, como não havia ninguém por ali, fiquei tranquilo regando a grama à sombra das árvores. 

Eles demoraram, voltaram sem que o Magá pudesse fazer o saque, não havia caixa habilitado, porém o André trouxe uma garrafa de água gelada para cada um de nós, ôba!   Eles nos contaram que todo mundo olhava torto para eles, imaginem, com aquelas roupas, já sujas de tanta chuva que tomamos, suados dos cabelos até o pé, com um perfume natural não agradável, entrando em lojas em um freeshop!


Após a imigração, era proibido fotografar...



Um pouco mais à frente, não identifiquei o que é, parecia uma Wemageti



O Zeca sentado à sombra (aquelas botas são minhas)
Montamos nas motos e logo já passamos pelo Cassino e depois entramos na rotatória de Puerto Iguazú.  Já anoitecia quando entramos na cidade, o Baretta havia nos recomendado um hotel próximo a um restaurante com nome estranho, não tenho certeza agora, mas era algo como salame maluco, algo assim. Entramos pela Av. Victoria e achamos o tal maluco na Av. Brasil, mas ali só havia o hotel Paraná, que não tinha garagem, pois era um prédio cuja porta dava para a calçada. Paramos as motos e um garoto de uns 12 anos encostou e começou a nos oferecer ajuda, não me lembro o seu nome, mas ele era brasileiro e tinha vindo parar ali com a mãe, logo eu já tinha decidido que daria uns trocados para ele, porém eu estava atordoado com o calor, com o cansaço, e com aquela situação de ficar rodando atrás de hotel. Não me lembro quem foi lá perguntar, pois havia uma outra placa de hotel do outro lado da rua. Depois de algum tempo, descobrimos o seguinte, embaixo do hotel Paraná, havia um depósito, então as motos poderiam ficar lá, porém eles só tinham vaga para duas pessoas, mas no Hotel Stop, na esquina, havia vaga para os outros dois.
Tentando facilitar, eu disse para o André que ficando as motos em um lugar fechado, eu não me importava em deixar parte da bagagem nela e levar o resto nas costas lá para a esquina, ele disse então que faria o mesmo.
Quando abriram a porta do depósito, era de fato um depósito, de lenha para queimar e de um monte de tranqueiras, dai que ficou pouco espaço, entrei com a Suzi e fui lá para o fundo, difícil foi manobrá-la para que ficasse de frente para a saída, todas as outras motos também, empurra daqui, pisa em algo dali, um calor absurdo e escuro!   Afinal, molhado de suor, consegui sair com o saco estanque nas costas e o capacete na mão.  O garoto nos esperava na porta e foi com a gente até o Stop.

Ei Stop aí!  Aquilo não era um hotel, tinha um jeito de bordel... 

Mas estava vazio, então o rapaz da recepção, depois de mudar o preço que haviam nos dito, no outro hotel, nos deu as chaves do quarto 2, subindo as escadas. Um cubículo quente, mas tinha um ar-condicionado barulhento que funcionava. Depois de muito trabalho para ajeitarmos, ou melhor espalharmos as coisas, eu fui tomar banho, pois o André disse que o banho dele iria demorar.
Depois que me troquei, disse para André que iria ao hotel Paraná, avisar o Zeca e o Magá que estaríamos esperando por eles na esquina para podermos ir jantar, passei pela recepção onde o atendente conversava com um casal, dei uma esticada de olho para a parte esquerda do lugar antes de descer as escadas, tinha umas mesas, uma decoração em vermelho, estava tudo vazio, mas era meio estranho.
Na recepção do outro hotel, me disseram que eles estavam no 3° andar, o elevador era daqueles muito antigos, com grade de correr, parecia que ia despencar, ainda por cima tinha um macete para poder fechar a porta...

Avisei o Zeca e Magá que estaríamos esperando por eles em um bar na esquina, pois parecia que daria para comermos algo por lá mesmo.

Fiquei em pé lá na esquina por muito tempo, observando dois guardas de trânsito que controlavam não sei o quê, muitas motos pequenas passavam e o pessoal nem aí para usar capacete, me lembro também que, do outro lado da rua, uma menina levava um grande cachorro branco para passear, ou melhor ele a levava, mas tinha algo de estranho, pois a menina tinha um corpo extremamente chamativo, mas parecia uma personagem de desenho animando, era meio irreal, tudo aquilo não poderia ser de verdade, ela deve ter colocado 500 g de silicone em cada seio e 1 kg em cada nádega, ela parecia um daqueles carros norte americanos da década de 50. 
Quando a gente não tem o que fazer, repara em cada coisa !

Enfim o André apareceu, mas concluímos que naquele bar não iria rolar uma refeição, então fomos para a frente do hotel Paraná esperar pelo Zeca e o Magá, no caminho tivemos tempo para observar uma Super Téneré 1200 com placa Argentina, meu... como é grande esta moto!  Eu nem me atrevo a subir em uma destas, vou passar vergonha, pois alguém teria de segurar a moto para mim...

Sei lá que horas eram, quando começamos a procurar onde comer algo. No final, descemos a Av. Brasil até as sete esquinas, isto mesmo, há um entrocamento de sete ruas ali, me lembro deste lugar quando conheci Puerto Iguazú em 2009, nossa, aquela viagem me parece hoje tão distante na memória, mas não faz tanto tempo assim... A cidade mudou muito, era bem menor naquela época, agora é muito mais movimentada.  Subimos a continuação da Brasil após as sete esquinas e paramos em um restaurante italiano, o preço era bom por um rodizio de pizzas, conversamos muito e comemos bastante.  Foi aí que descobrimos na hora de pagarmos a conta, que uma garrafa grande de Quilmes está custando o dobro do valor de uma refeição ! Pegadinha...

Na volta, tomamos um sorvete em uma lojinha embaixo do hotel Paraná. Eu tentei combinar um horário de partida cedo para o dia seguinte e tomarmos café na estrada, mas foi aí que o Zeca nos disse que nunca pegava estrada sem tomar café, isto era condição de sobrevivência para ele, porém o café no hotel começava a partir das 8 h da manhã, com o fuso horário atrás em uma hora, equivaleria a 9 h da manhã ali do outro lado do rio, no Brasil, eu só pensava no que iríamos pegar pela frente naquele dia, em termos de distância e calor!

Bem, no final combinamos que sairíamos antes das 8 h e tomaríamos café no primeiro buteco (força de expressão) aberto na cidade, fomos dormir bem tarde.

4 comentários:

  1. Eu já disse, o Ronaldo tem um HD de um tera na cabeça ... além da enciclopédia !!

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  2. realmente o Zeca deve ter passado maus bocados nesse dia, botas e meias radioativas bem junto dele... isso não se faz!! Enquanto vc passeava numa "custom" bem patriota!

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  3. Ronaldo depois vc andou de St1200 de boa e nao precisou ninguem segurar

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  4. É Claudião, eu não imaginava que tão fácil andar com uma Super Ténéré 1200! Aquele lance do banco bi-partido com regulagem de altura é o segredo. De 1200 eu fui, mas passei vergonha com a Ténéré 660! Não conseguia descer dela kkkkk Abraço!

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