Havíamos planejado, pelo menos eu, que no dia 15 iriamos nos reunir todos em Torre de Pedra, sem compromissos de horário, cada um chegaria a casa da Marlene (minha ex-esposa) na horário que pudesse, pois havia muitos problemas com compromíssos de trabalho por parte do Magá e do André. Desta forma, o Valdir, irmão da Marlene, gentilmente nos cedeu a sua do sítio onde iríamos passar a noite para podermos partir no domingo muito cedo. A Marlene já havia providenciado tudo, inclusive a lenha e o local para fazermos uma fogueira, eu imaginei que iriamos assim sem stress iniciarmos a viagem no domingo. Como o André e o Magá conseguiram resolver suas questões de trabalho acabaram ficando com o sábado livre, porém minha proposta continuou a mesma, contudo o Zeca achava que deveríamos seguir adiante no próprio dia 15, iniciando assim a viagem neste dia. Depois de alguns telefonemas chegamos ao consenso, iriamos nos encontrar na Castelo Branco, no posto Graal de Jandira, por volta das 10 h da manhã, dali seguiríamos para Torre onde almoçaríamos na casa da Marlene, depois com calma começaríamos a viagem, chegando onde desse neste dia.
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A Suzi ainda limpinha antes da viagem, |
Saí de casa às 09 h e combinei com a Sueli (minha namorada) de nos encontrarmos lá no posto Graal, pois ela foi de carro, não preciso dizer que estava chovendo! Igualzinho a 2010, inicio com chuva, quando cheguei ao local, eram 09:50 h, liguei para a Sueli que estava dentro do restaurante e já havia encontrado o Zeca, o André já estava lá com a moto parada próxima ao taxí amarelo (o Bel Air).
Fui ao encontro do Zeca, que estava nervoso, pois não encontrava o seu celular, ele concluiu então que, ou havia deixado o mesmo em seu apartamento ou o mesmo teria caído no estacionamento do prédio. Ele então decidiu voltar para casa para procurar, lhe dissemos que fosse tranquilo, pois iriamos esperar. Ficamos então os três, a Sueli o André e eu conversando em frente ao Bel Air, enquanto chovia, parava e voltava a chover. Nisto o André tentava contato com o Magá sem sucesso, até que conseguiu e o Magá lhe disse que estava em casa ainda, pois não achava a chave do baú da moto...
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No posto Graal início da Castello |
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Vocês Acham que estou bravo? |
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A bagagem do André, sempre bem arrumadinha |
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Era só brincadeira! |
Tratei de avisar a Marlene sobre a situação, pois eu estava levando comigo a carne para o churrasco, pelo jeito não haveria mais churrasco, então lhe avisei para pensar em um plano B, pois de qualquer forma iriamos almoçar lá.
Ficamos muito tempo ali conversando, até que começou a sair fumaça de uma lixeira, algum esperto jogou uma bituca de cigarro acesa dentro da lixeira, que pegou fogo, eu e o André corremos até o posto de gasolina com duas garrafas PET nas mãos, pegamos água e um funcionário do posto aquele "regador" que usam para lavar os vidros dos carros, jogamos muita água, até que apareceu um segurança do local e lhe explicamos o acontecido, incêndio controlado.
Guardamos de volta nossas garrafas PET, pois eram para levar combustível nos trechos críticos da Argentina e Bolívia.
O Magá chegou, tiramos fotos, fizemos piadas e o tempo passando.
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Aí está o Magá! |
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Por mais que eu me esforce não convenço, mas eles... |
O Zeca avisou que achou o celular em casa, porem iria resolver alguma outra coisa que havia esquecido por lá, decidimos então seguirmos para a Torre, ele nos encontraria lá, saímos do Graal ao meio dia.
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Me despedindo da Sueli |
Me despedi a Sueli que muito triste voltou de lá para casa enquanto nós seguimos para Torre, chuva, chuva e mais chuva além de um congestionamento devido a um acidente no trecho entre São Roque e Sorocaba, no retão do km 60, muitos carros na grama no canteiro central e um destruído ainda sobre a faixa da esquerda, não foi um bom final de ano para aquelas pessoas todas...
Chegamos a Torre sob chuva, meus cachorrinhos fizeram uma festa !
O plano B, da Marlene foi comprar um frango gigante frito inteiro, tem algum lugar lá que tem esta especialidade, já que o churrasco e a fogueira foram ambos cancelados, o churrasco pelo atraso e a fogueira (que seria a noite) porque iriamos iniciar a viagem naquele dia mesmo e porque não parava de chover.
Enquanto esperávamos pelo Zeca, brincamos com os cachorrinhos, que me sujaram de barro, sem problemas, eles podem fazer o que quiserem !
O Zeca chegou, almoçou rapidamente e logo já estávamos de partida, para tristeza minha e da matilha...
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O André sempre animado |
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Olha a bagunça, a Marlene só de olho |
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A Marlene à esquerda e a Lucilene à direita |
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Enfim todos reunidos! |
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Despedida, só apareceu o rabicó do Kadú...
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Nos despedimos do seu Adi, da Marlene e da Lucilene. Porém antes de sairmos, sincronizamos os Scala Riders (intercomunicadores).
Agora com todo mundo conectado, o falatório era geral, o Magá começou a contar suas piadas enquanto já providenciava um apelido para cada um de nós, rodamos bastante na Castello Branco com aquela falação sem parar, o Magá ou contava piadas ou fazia piadas de algum de nós!
Finalmente o Magá falou algo sério, avisou que sua moto sinalizava reserva, no km 265 vimos o posto Bizungão em Avaré, porém como ele fica do outro lado da pista, voltando sentido SP e tem-se que fazer um retorno, fiz sinal para irmos para o próximo, o que fizemos, porém poucos km a frente a moto do Magá parou, pane seca. O Magá foi motivo se muita gozação, pois até ali ele já havia zoado todo mundo pelo intercomunicador, o André tirou 1 litro da moto dele e abasteceu a do Magá, ok voltamos a rodar e 1.5 km à frente estava o posto que procurávamos, ou seja, era só mais um pouquinho. Todos abastecemos as motos e fomos tomar algo no restaurante, ficamos ali um bom tempo conversando, esta é uma característica das viagens de moto com mais de duas pessoas, o papo engrena e o tempo passa sem que a gente perceba.
Nossa meta do dia passou a ser Maringá se desse, se não, seria Londrina.
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A parada no posto depois da pane seca da moto do Magá |
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O Zeca e a poderosa F800 |
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O Magá não tá preocupado1 |
A tarde já ia longe quando saímos no final da Castelo e pegamos a SP-225 Rod. João Cabral Renno, pouco rodamos e já caímos em um novo pedágio, porém aqui ao contrário da Castello, motos pagam. Como já havíamos combinado, deixei o saquinho plástico com o dinheiro com o Zeca que ficaria encarregado de pagar os pedágios. Nós três, ele, eu e o André nos alinhamos para uma cabine quando ouvimos uma sirene e alguém correndo, o Magá foi pela lateral direita achando que ali como na Castello, motos não pagavam! Ele foi multado pela câmera de controle de fuga! Nós avisamos a atendente da cabine, pagamos a parte do Magá, mas o André teve de assinar um documento para que a multa do Magá fosse posteriormente cancelada. Como ele até aquele momento vinha zoando todo mundo pelo Scala Rider, nós não o perdoamos, ele ouviu muita gozação de nós a partir dali.
Depois de passarmos, sem parar pela Estação Café, em Santa Cruz do Rio Pardo, saímos da Rod. João Cabral Renno e "caímos" na Rod. Orlando Quagliato, que é a continuação e logo em seguida, em Ourinhos, está a rotatória entre esta rodovia, a Raposo Tavares e a Transbrasiliana, o GPS de alguém indicava um caminho, os demais outro, o que nos fez darmos mais uma volta na rotatória e seguirmos pela Raposo, caminho errado... Na realidade, como todos os caminhos levam a Roma, havia placas na Raposo indicando Londrina e Maringá, porém sem sabermos, por um caminho 75 km maior!
No próximo pedágio, o Magá sendo zoado até o último, alinhou a moto conosco em uma cabine, porém quando a atendente liberou a passagem de uma moto (por vez) ele passou junto com o André!
Novamente alarme e ia dar outra multa, porém avisamos a atendente que ele era novato, meio desprovido de inteligência e outros pejorativos que ele escutou pelo intercomunicador, o Magá tá causando!
Rodamos 62 km pela Raposo até finalmente em Assis, sairmos pela Rod. Miguel Jubran, o que nos fez passar sobre a linda ponte sobre o Rio Paranapanema, quando finalmente entramos no estado do Paraná. Mudou de estado e a rodovia mudou de nome, Celso Cid, foi ali que paramos no posto Chapadão do Tigre. Não preciso dizer que parava de chover só para começar a chover de novo em todo este trajeto. Abastecemos e eu descobri que o cafezinho que tanto eu queria tomar, era cortesia do posto, que bom! Quando fomos sair o André pediu para esperamos, pois ouviu um barulho estranho ao ligar a moto, desligou e foi conferir o nível do óleo, mais que óleo ? Não aparecia nada no visor de nível ! Mil especulações e, ao final ele comprou 2 litros de óleo no posto e foi colocando no motor... Foram necessários os dois litros para que o nível voltasse ao normal, porém dois litros são a quantidade total de uma DR-RSE ! Conclusão, não sabíamos como, mas a moto do André, sumiu com 2L de óleo !
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A parada no posto Bizungão, já no Paraná |
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O Magá além de fazer piadas, come o tempo todo! |
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Molhado e cansado, mas ainda temos que chegar a Lonrina |
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O Sol já se vai no horizonte |
Ele ficou muito mal, já dando como certo o seu abandono da viagem, mas como lhe dissemos, se havia algum vazamento este não estava visível, talvez por causa de tanta chuva, propus que rodássemos um pouco e fizéssemos novamente a verificação, assim poderíamos descobrir quanto estava perdendo de óleo. Como o GPS informava que faltavam 65 km para Londrina, propus seguirmos, já era fim de tarde, dormiríamos em Londrina e se houvesse vazamento, com a moto parada ele apareceria.
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Pelo menos parou de chover |
Seguimos até Londrina, onde chegamos já a noite, rodamos um tanto procurando hotel, até que em um posto o André verificou que o nível havia abaixado um pouquinho apenas, nos indicaram um hotel em frente a rodoviária. Enfim encontramos o hotel Rocha, pelo preço, R$ 40,00 por pessoa, pegamos quartos individuais, porém só haviam os do subsolo, então lá fomos nós tirar a bagagem, cansados e molhados.
Os quartos eram pequenos, sujos, não tinha sabonete nem toalha e eu tomei um banho frio, pois era a única água que saía daquele chuveiro.
Pendurei minhas meias no ventilador do teto na esperança que elas secassem um pouco, pendurei minhas roupas em um varal que improvisei entre a maçaneta da porta e o puxador da janela, enquanto uma baratinha corria pelo quarto...
Nos encontramos na recepção do hotel e fomos a pé para a rodoviária procurar algo para comer, acabamos comendo um PF cada um no restaurante que encontramos onde as atendentes estavam de mal humor, lembrei a todos que eram 11 horas da noite de um sábado, improvável algum jovem trabalhar de bom humor em um sábado a uma hora destas... Conversamos muito e o André já estava mais calmo, eu da minha parte já havia considerado abortar a viagem caso ele não pudesse prosseguir, afinal depois da Rutas y Quebradas I, planejamos por dois anos esta segunda viagem, eu não iria me sentir bem deixando-o para trás. Voltamos para o hotel, guardamos as motos na garagem coberta e eu fui tentar dormir, não preciso dizer que dormi muito mal. Deixei a janela aberta por causa do calor, porém ela dava direto para o estacionamento, barulho, luzes dos carros entrando e saindo, cama das piores. Olha que eu não sou nada exigente!
vc ia abandonar mesmo???
ResponderExcluirIa sim, Andrézito! Voltaria com você para SP.
ResponderExcluireu bem que quis me esconder dentro do saco estanque e ir junto mas.....
ResponderExcluirachei melhor esperar minha vez!